ATA DA TERCEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 05-12-2005.

 


Aos cinco dias do mês de dezembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às vinte horas e cinqüenta e quatro minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Dr. Goulart e Haroldo de Souza. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 026/05, discutido pelo Vereador Elias Vidal. Na ocasião, em face de Questão de Ordem e manifestações formuladas pelas Vereadoras Sofia Cavedon e Maria Celeste e pelo Vereador Professor Garcia, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão, informando que seria suspenso o período de Ordem do Dia, para pronunciamento da Vereadora Sofia Cavedon, tendo em vista não ter sido viabilizado o período de Comunicação de Líder quando da abertura dos trabalhos. Ainda, o Vereador Professor Garcia formulou Requerimento verbal, solicitando que seja validado o pronunciamento do Vereador Elias Vidal, na discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 026/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sofia Cavedon avaliou o Projeto de Lei do Executivo nº 026/05, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município para o exercício de dois mil e seis, afirmando que os Vereadores integrantes do Partido de Sua Excelência têm como meta a discussão aprofundada desse Projeto, para que seja concretamente beneficiada a população porto-alegrense. Ainda, teceu considerações acerca da gestão do Partido dos Trabalhadores quando à frente do Governo Municipal. A seguir, constatada a existência de quórum, foi retomada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 026/05, as Mensagens Retificativas nos 01, 02 e 03, as Emendas nos 01, 04, 07, 10, 12, 13, 14, 21, 25, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 39, 40, 41, 42, 49, 50, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 65, 71, 72, 74, 75, 90, 91, 92, 95, 96, 102, 104, 109, 178, 179, 180, 182, 185, 190, 191, 193, 194, 195 e 196 e as Subemendas nos 01 às Emendas nos 13 e 39, as quais obtiveram Parecer favorável da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, com ressalva dos destaques apostos, por vinte e cinco votos SIM e seis votos Não, após serem encaminhados à votação pelos Vereadores Carlos Todeschini e Ervino Besson, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Margarete Moraes, Maria Celeste e Sofia Cavedon, e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Sofia Cavedon e Margarete Moraes. Ainda, em face de Questões de Ordem formuladas pelo Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou informações acerca do processo de votação, por esta Casa, do Projeto de Lei do Executivo nº 026/05. Às vinte e uma horas e trinta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador Nereu D’Avila. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Declaramos abertos os trabalhos da 3ª Sessão Extraordinária.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Proselitismo político...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Atenção, Verª Sofia Cavedon, há uma questão que eu preciso ponderar: nós entramos na Ordem do Dia, logo, não cabe a Liderança.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: É uma Sessão Extraordinária.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Infelizmente, o erro foi meu. Peço vênia a Vossa Excelência.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu encaminho pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 026/05.

Não houve encerramento de discussão ainda. É uma Sessão Extraordinária, há a necessidade de nova inscrição àqueles que não falaram.

Verª Sofia, eu pediria vênia a V. Exª, porque o Ver. Elias Vidal se inscreveu.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Para esclarecer, o argumento era que não falava em Liderança, porque entramos direto na Ordem do Dia. Agora, V. Exª corrige e diz que não, que estamos em discussão, mas é na Ordem do Dia, é claro, mas é nova Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós estamos em discussão.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, nós não entramos na Ordem do Dia. V. Exª abriu a Sessão Extraordinária. Antes da Ordem do Dia, nós precisaremos encaminhar como Liderança; quando entrarmos na Ordem do Dia, especificamente, aí sim não há Liderança.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não, a Ordem do Dia, Verª Maria Celeste, é constituída da discussão e do encaminhamento; no caso, nós entramos na Ordem do Dia.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 6101/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 026/05, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2006. Com Mensagens Retificatívas nos. 01 e 02. Com Emendas nos. 01 a 109, 111, 173 a 199. Com Subemendas nos. 01 às Emendas 03, 11, 13, 27, 35, 38, 39, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 69, 82, 99, 103, 111 e 184.

 

Pareceres:

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia:

a) Pela aprovação do Projeto, do Orçamento de Investimentos das Empresas 2006 – PROCEMPA, CARRIS e EPTC – e das Mensagens Retificativas nos 01 e 02.

b) Pela aprovação das Emendas nos 01, 04, 07, 10, 12 a 14, 21, 25, 28 a 33, 39 a 42, 49, 50, 54 a 62, 65, 71, 72, 74, 75, 90 a 92, 95, 96, 102, 104, 109, 178 a 180, 182, 185, 190, 191, 193 a 196, e das Subemendas nos 01 às Emendas nos 13, 39 e 99.

c) Pela rejeição das Emendas nos 02, 03, 05, 06, 08, 09, 11, 15 a 20, 22 a 24, 26, 27, 28-A, 34 a 38, 43 a 48, 51 a 53, 63, 64, 66 a 70, 73, 76 a 89, 93, 94, 97 a 101, 103, 105 a 108, 111, 173  a 177, 181, 183, 184, 186 a 189, 192, 197 a 199, e das Subemendas nos 01 às Emendas nos 03, 11, 27, 35, 38, 44 a 49, 69, 82, 103, 111 e 184.

 

Observações:

- para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do     Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento subscrito por um terço dos membros da Casa –  Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- após a aprovação de Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art. 120, § 1º, do Regimento);

- foram retiradas as Emendas nos. 110, 112 a 172;

- incluído na Ordem do Dia em 01-12-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLE nº 026/05.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, durante esta tarde e já nesta noite eu vi aqui muitos Vereadores fazerem as suas intervenções - tanto da situação quanto da oposição -, e entendo que também devo deixar aqui o meu registro sobre a leitura que faço de tudo o que foi falado durante esta tarde, durante esta noite, enquanto os trabalhos aqui da Câmara continuam. Eu não poderia deixar, Vereadores, senhores e senhoras, de fazer a minha intervenção da seguinte forma: é interessante que a Bancada da oposição, que veio a esta tribuna e fez várias intervenções em relação às emendas, colocando, de uma certa forma, a injustiça, a perícia técnica da rejeição de suas emendas. O que me parece é que a oposição quer fazer pelas emendas o que não fizeram enquanto Governo, durante todo o tempo em que estavam no Governo. Eu tenho aqui um registro de que 628 obras não foram concluídas pela Administração anterior; ou seja, essas obras equivalem a 190 milhões. Esse é o valor dessas obras que não foram executadas. Há obras, senhores, desde 1999.

Agora, a oposição vem aqui nesta tribuna e fala como se estivesse sendo injustiçada, e que o atual Governo não é responsável. O Ver. Ervino Besson falou aqui que fez um relatório técnico das assembléias temáticas; de 16 assembléias temáticas, só em três assembléias, o PT, na sua Administração, conseguiu colocar - há mais de 16 - pessoas a mais.

Ou seja, o atual Governo conseguiu, de 16 assembléias, em 13 assembléias colocar pessoas a mais, sendo que o PT tinha toda uma tradição de trabalho.

E digo mais, senhores: as temáticas foram discutidas de uma forma democrática, as pessoas não foram cabresteadas e levadas ao local com ônibus fretado. Não foram pessoas que recebiam benefícios; que se sabe muito bem. Então eu acredito que tudo que foi discutido foi de uma forma democrática, de uma forma coerente, de uma forma racional.

Agora, a oposição vem aqui a esta tribuna falar da atual administração, do atual Prefeito?

Senhores, são 628 obras, o equivalente a 190 milhões. Os senhores sabem qual o déficit habitacional que V. Exas. deixaram, em 16 anos, nesta Cidade? Foram 80 mil casas, senhores! Há quem diga que são 85 mil casas! Os senhores deixaram um déficit de 80 mil casas. E agora vêm a esta tribuna para tentar fazer, pelas emendas, o que vocês não fizeram em 16 anos? Convenhamos, vamos ser mais coerentes com o discurso, com a prática que vocês tiveram nos anos anteriores aqui, nesta Cidade.

Então, eu não poderia deixar de vir a esta tribuna, pela Bancada do PPS, e deixar de fazer este registro. As temáticas foram discutidas de uma forma coerente, de uma forma democrática.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elias, é perfeita a sua observação. E veja, V. Exª, que a prioridade das 16 reuniões das temáticas deu uma média de 98% das prioridades em Habitação e Educação. Está aí o espelho que está na mão de Vossa Excelência.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Muito obrigado, Ver. Ervino Besson. Eu deixo aqui, então, a minha indignação, o meu protesto pela forma como os Vereadores e Vereadoras da oposição vieram a esta tribuna, a meu ver de uma forma não tão responsável, tentando denegrir a imagem de um trabalho, de uma Administração que está fazendo um trabalho sério. Os senhores não fizeram um trabalho tão sério; porque se tivessem feito, não deixariam 628 obras para trás, equivalentes a 190 milhões. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Senhores Vereadores, eu estou recuperando e farei agora uma leitura do Regimento no que respeita à presente Sessão: foi aberto o painel para registro das presenças, para a abertura da Sessão Extraordinária. Instalada a Sessão Extraordinária, eu teria que entrar na Ordem do Dia. Logo, entendo e refaço; cabe Liderança se alguém se inscrever, do contrário vou entrar na Ordem do Dia.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Muito obrigada, Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. e Senhoras Vereadoras.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Vereadora, só um pouquinho. Vereador-Presidente, eu só gostaria de saber como ficam as pessoas que discutiram o Projeto neste período. Vamos convalidar?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim. As pessoas que já discutiram, essas já discutiram.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Não, é que normalmente, se não entrou...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Numa Sessão Extraordinária, permite-se, Vereador Professor Garcia, a Liderança.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Eu sei, Presidente. É que a minha preocupação é que nós vamos ter que entrar no período da Ordem do Dia. A minha preocupação toda é a seguinte: a discussão de um Projeto só pode ser feita na Ordem do Dia, e alguns fizeram fora da Ordem do Dia. Eu pediria - nós podemos fazer um acordo nesse sentido - que fossem convalidadas essas falas, senão elas não terão valor.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não. O que nós estamos assistindo agora é Liderança.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Correto. É que antes da Liderança...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Houve uma manifestação discutindo a matéria. Discutiu a matéria, é verdade.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Então, eu só gostaria que V. Exª submetesse à votação do Plenário para convalidar. Eu acho que aí nós poderemos dar continuidade normalmente à Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): É. Seria uma forma.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é importante que falemos em Liderança para, talvez, dar mais nitidez à postura da Bancada do Partido dos Trabalhadores, da Frente Popular de, diferente dos 16 anos, não apresentar emendas, e discutir, sim, muitas emendas dos Vereadores de oposição, que agora apresenta as suas Emendas.

Em primeiro lugar, Verª Clênia, não é proselitismo político. Ou V. Exª considera que as emendas apresentadas, ao longo dos 16 anos, pelos Vereadores de oposição, eram para fazer proselitismo político? Não! A nossa intenção discutida coletivamente era afirmar o processo de soberania popular, de poder popular, que nós colocamos em curso nesta Cidade, Ver. Elias Vidal. E que foi um processo vitorioso, porque nesta Cidade foram feitas muitas obras. Foram feitas mil moradias populares ao ano.

É muito fácil vir aqui e fazer o discurso daquilo que falta.

Agora, difícil é reconhecer que, enquanto o País inteiro - Estados e Municípios - não tinha capacidade de investimento, esta Cidade viveu um período de equilíbrio, de investimento. Mas, mais precioso do que isso: a população antes nunca autorizada, sempre dependente da relação clientelista e autoritária do Estado, tornou-se poderosa e acabou decidindo os investimentos e as prioridades desta Cidade. Noventa e dois por cento das obras indicadas foram realizadas, ou estavam em processo de realização.

Há, sim, obras por fazer? Há, porque esse é o processo e a lógica do Orçamento Participativo: não se termina uma obra no ano em que ela foi decidida. Começa o projeto, a planificação, a licitação, a disponibilidade financeira, etc. É um processo rico, vivo, e claro que deveria - e fazia - constranger as emendas parlamentares. Porque há uma diferença de fundo na nossa concepção de Estado e na nossa visão do Parlamento. O Estado público, se ele é apropriado privativamente dos seus governantes, ou dos parlamentares, ele se torna uma mercadoria de troca.

Aqui, o Ver. Ervino explicitou isso. “Se não tivermos as nossas emendas aprovadas, como é que vamos nos eleger?” De uma forma sincera, simples, explicitou uma visão do Estado público, ao qual nos contrapomos. Achamos que não, achamos que a população deve votar nos Vereadores porque eles, com o seu trabalho, a empodera; e ela, coletivamente, de forma transparente, com processos onde todos são iguais, onde a faxineira, o pedreiro e o doutor sentam juntos e discutem as prioridades da região. É isso.

Os Vereadores são substituíveis ou são dispensáveis à situação? Não são! Porque tem todo o trabalho de mobilização, de instrumentalização, de informação, de construção da relação com esse Estado e com esse processo, que é um trabalho riquíssimo, que transforma o Vereador numa pessoa fundamental para construir essa nova lógica de Estado público, de orçamento público.

Então, é para escapar desse Estado privatizado que a gente construiu esse processo. Insuficiente, é verdade; com problemas, é verdade; mas era por isso que a gente fazia a discussão de que as emendas, aqui, não podiam ser desse jeito, porque rompiam com a credibilidade de um processo onde todos estavam convidados.

Então, não é proselitismo político. O problema é que vem para cá um Orçamento onde o investimento em Educação, Ver. Ervino, é de 14 milhões. E lá está: “PIs anteriores - 1 milhão e 700 mil; PI 2006 - 3 milhões”. Onde é que estão os dez milhões? Estão fechados. E aí nós vamos ver a votação de um Relatório, que aprova uma série de emendas meritórias - é verdade -, mas que não vêm desse processo coletivo. E, aí, se descaracteriza o OP. Nós estamos vendo que as reuniões intermediárias estão esvaziadas. Não é só aquela grande reunião lá no início, Ver. Ervino, que foi maior porque é a primeira do ano, porque há um crédito, havia um credito com o Prefeito Fogaça, e porque em todos os inícios de mandato elas foram maiores, e no final de um mandato elas vão diminuindo, perdendo fôlego. Mas não é aquele momento o mais importante. Aquele é um momento, em que se tira prioridade, em que se aferem os delegados. Agora, o processo das intermediárias é fundamental e está esvaziado.

O Governo não vai, não põe peso político, não constrói junto com a população - na intermediária - as decisões da população.

O Relatório da Verª Maristela apontou que aumentaram em 20% as verbas para comunicação, para propaganda, publicidade - isso está aprovado pelo conselho do OP e pelo OP? E que tem nove milhões para consultorias - isso está aprovado pelo processo de participação? E a oposição que, aqui, dizia que nós gastávamos muito dinheiro em publicidade, ampliou em 20%, Ver. Dib. Foi por isso que nós emendamos, por isso que votamos contra e é por isso que discutimos; não para fazer proselitismo político. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 026/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 026/05.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras. Não dá para deixar passar em branco as acusações feitas ao nosso Partido, enquanto é sabido, não só sabido, é sabido e provado que o DNA do “valerioduto” é tucano. Não é por acaso que o Sr. Eduardo Azeredo, o Senador, renunciou a direção do Partido e, certamente, enfrentará processo devido no órgão competente, que é o Senado, pois o “valerioduto”, que é o laranja-operador do Sr. Daniel Dantas, do grupo do ACM, na Bahia, atuou em conluio e produziu ações, desde 98, sobre as questões do caixa dois, do financiamento irregular de campanha e todas as conseqüências que a gente sabe do tráfico pesado de influência no Congresso Nacional, com sua Bancada que ajudou a desmontar o Brasil no Governo Fernando Henrique Cardoso. Foram mais de 100 empresas privatizadas e entregues, a troco de banana, para os seus amigos, isso que é grave e que empobreceu o Brasil! E não faltam casos e casos, como o SIVAM, o PROER, como o caso dos precatórios, como o grampo do BNDES, como o dossiê das ilhas Cayman.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vereador, solicito a V. Exª que se atenha ao Orçamento.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, eu tinha que fazer esse registro. Estamos discutindo aqui o encaminhamento da votação da Peça Orçamentária. Orçamento que pela primeira vez tem a possibilidade de ter a parceria do Governo Federal de forma incomparável nos programas de habitação, nos programas de saneamento, nos programas da infra-estrutura. Está aí a Caixa Econômica Federal colocando à disposição recursos como nunca foram colocados. Falta o quê? Falta o Governo ser sensível, e alocar recursos para que possa ter, na contrapartida do Município, a possibilidade dos investimentos, dos recursos disponíveis, dos 500 milhões que estão aí só para o Rio Grande do Sul para os programas da Caixa Econômica Federal. E é por isso que nós que fizemos emenda nessa direção. Recursos que não havia antes, ou alguém tem notícias de algum recurso parecido na era FHC; não tem, porque não existia. Recursos para o saneamento, por exemplo: são três bilhões de reais disponíveis e aplicados em 2004, 2005, e para 2006. Na era do Governo passado, além de querer privatizar água e saneamento, não chegaram a ser investidos, em oito anos, dois bilhões e 900 milhões de reais!

O Governo Lula, em quatro anos, já investe mais de três vezes a totalidade dos recursos aplicados pelo Governo anterior. Isso é uma marca distintiva. Assim como dá para discutir, com tranqüilidade, com aqueles que eu acho que não conhecem o que se passou e expressam aqui não só a ignorância, mas o desprezo que têm pelos acúmulos e pelas conquistas do Movimento Popular na cidade de Porto Alegre.

Foram providas 52 mil habitações, quer sejam no nível da regularização, no nível do lote urbanizado, do embrião e dos programas habitacionais modelos, como, por exemplo, esses que foram implementados, Ver. Dib, desde o Governo Olívio Dutra, na Entrada da Cidade. São inúmeros conjuntos habitacionais e o mais importante deles é o último que está em execução, com o programa deixado em andamento, com 3 mil e 70 casas do Programa Entrada da Cidade.

Essas são conquistas importantes e que têm que ter continuidade, porque as nossas emendas coletivas resgatam a participação, a produção e os acúmulos que orientam nessa direção. A participação, a produção da Peça para que os programas possam se orientar e resgatar uma visão emancipatória de sociedade, uma visão democrática e avançada. É por isto que Porto Alegre se colocou em destaque no Brasil e no mundo. E parece que está perdendo, de maneira muito rápida, porque não está sendo respeitado e desenvolvido originalmente o que foi prometido em campanha. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 026/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, minha cara colega, Verª Manuela, eu quero dizer a V. Exª, que está em seu primeiro mandato, é uma mulher inteligente que, com o decorrer do tempo, V. Exª vai aprender e vai entender a função de um Vereador nesta Casa. Entrar com emendas, sem dúvida nenhuma, faz parte do direito do Vereador. E quero dizer a V. Exª, Vereadora, que estou respondendo com toda a educação o seu pronunciamento aqui nesta tribuna, e quero dizer que tenho algumas promessas de campanha. Não minto aqui; reivindicações da comunidade, por exemplo, temos 80 mil edificações irregulares em Porto Alegre - e vou trabalhar em cima disso, sim. Essa integração entre Secretarias é uma luta minha, da qual falei muitas vezes, fazendo campanha na rua com a população, que cobra isso do Vereador. É função nossa? É função nossa, sim. E mais: agilidade para a liberação de alvarás, construções e habite-se. Essa burocracia é um atraso! Fiz alguma promessa nessa linha na minha campanha? Fiz, sim; isso é função do Vereador; isso é função desta Casa, sim.

Então, se alguém achar que estou mentindo aqui, que venha a esta tribuna e me desminta, e posso trazer provas aqui. Pouco antes da campanha, pelo menos dois meses antes, o PT paralisou muitas obras aqui em Porto Alegre, porque as empresas receberam determinação da cúpula do PT para que paralisassem as obras e investissem toda a infra-estrutura em outras reivindicações justas da comunidade também, que sequer foram discutidas no Orçamento Participativo. É mentira isso, Ver. Todeschini? Vocês sabem que é verdade. V. Exª sabe que é verdade. Eu sei, tenho muitos amigos que têm empresas, e acompanhei toda essa luta, todo esse desenrolar. Eu sei que toquei na verdade! Eu tenho muitas provas disso, e inclusive de alguns trabalhos que foram feitos em áreas que estão sub judice, onde foi colocada infra-estrutura, o que não é permitido por lei. É verdade ou é mentira? É verdade! Vamos com calma, porque sei de muita coisa, e posso trazer a verdade.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Não estou insinuando; estou falando a verdade. Eu ando de cabeça erguida. Quem me assiste pelo Canal Legislativo sabe que eu estou falando a verdade. Portanto, eu sei perfeitamente, nós sabemos qual é a função do Vereador, e é por isso que nós somos eleitos. Eu sei perfeitamente qual é a minha função, e todos os Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras sabem disso. Agora, a gente aprende na vida. Ninguém nasce sabendo tudo. O primeiro mandato é um aprendizado para os colegas Vereadores, com todo o respeito que tenho pelos nobres colegas Vereadores, pois quem foi eleito pelo voto popular tem que ter respeito. Agora, há muitas inverdades ditas desta tribuna. Mas o tempo é a melhor prova, a melhor testemunha. Muitas coisas ditas aqui o tempo vai esclarecer. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o PLE nº 026/05, com as Mensagens Retificativas nºs 01, 02 e 03 e com as Emendas nºs 01, 04, 07, 10, 12 a 14, 21, 25, 28 a 33, 39 a 42, 49, 50, 54 a 62, 65, 71, 72, 74, 75, 90 a 92, 95, 96, 102, 104, 109, 178 a 180, 182, 185, 190, 191, 193 a 196, e das Subemendas nº 01 às Emendas nºs 13 e 39, aprovadas pela CEFOR e que não foram objeto de destaque. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO, por 25 votos SIM e 06 votos NÃO.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Apenas para informar que a Bancada do Partido dos Trabalhadores estará entregando Declaração de Voto daqui a um minuto.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Por outro lado, estamos convocando os Srs. Vereadores para as Reuniões Extraordinárias na próxima quarta-feira e quinta-feira, a partir das 9h30min, para, possivelmente, vencermos as Emendas Destacadas do Orçamento, bem como os seguintes Projetos: PLCL n° 041/05, PLL n° 006/05, PLL n° 140/05, PR n° 064/05, PLL n° 182/05, PLCE nº 009/05, PLCE nº 005/05, PLL nº 030/05, PLL nº 218/05, PLL nº 282/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu sou de um tempo em que os Vereadores, à meia-noite, paravam o relógio para votar o Orçamento. Hoje é o último dia. Por que nós não votamos os Destaques se nós convocamos uma Sessão Extraordinária, que poderia ser de quatro horas e meia?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu não encerrei a Sessão, quero dizer, inclusive, que declarei, no início, que nós temos estas Emendas a votar. Agora, tem de haver quórum, evidentemente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Mas hoje é o dia de votar, acho que tem de votar! Hoje é o último dia, está na Ordem do Dia!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós não encerramos a Sessão, eu farei a verificação de quórum, se alguma dúvida surgir; do contrário, inicio a votação das Emendas.

São necessários 19 Vereadores e Vereadoras em Plenário. (Pausa.)

Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Treze Vereadores presentes. Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 21h32min.)

 

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